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6 de out. de 2011

Bugatti

          Um dos grandes nomes que ajudou a escrever a história do automóvel foi o italiano Ettore Bugatti, a partir de 1909. Com a experiência adquirida como consultor da De Dietrich e ex-projetista da Deutz  (vide origem da marca Deutz neste blog), sentiu-se seguro para fabricar seus próprios veículos. A cidade escolhida foi Molsheim, no Baixo Reno, Alsácia francesa. No início dos trabalhos de Ettore, a cidade pertencia à Alemanha (1871-1919) e então volta à França com a redistribuição de territórios após a Primeira Guerra Mundial. Entre 1940 e 1945, a cidade voltou temporariamente a pertencer à Alemanha. Logo após a Guerra, (1945) volta a pertencer à França, mas a marca do carro Bugatti é italiana.
          Todo o logotipo da Bugatti foi pensado para representar o poder e a excelência. Os 60 pontos da borda representam pérolas, enquanto que o símbolo preto é formado pelas iniciais do fundador da marca, Ettore Bugatti.
          Os primeiros Bugatti eram carros muito similares aos existentes na época, em razão da forte influência dos trabalhos anteriores que Ettore Bugatti havia realizado.
          O italiano estava convencido que a forma mais fácil de se obter desempenho era projetando o veículo com um mínimo de peso. O modelo 13, de quatro cilindros e 1.3 litro, foi produzido em uma série de quase 500 unidades até 1914. A marca logo se tornou conhecida na Europa, principalmente por seu sucesso em provas automobilísticas.
           Diversos modelos surgiram, muitos únicos, que eram feitos sob encomenda para clientes especiais. Bugatti também trabalhou no desenvolvimento de veículos populares e econômicos (1911), como o que deu origem ao Peugeot Bebê de 0,85 litro.
          Em 1919 os Bugatti do tipo 30 tinham propulsor de quatro cilindros e 16 válvulas. Foram produzidos também na Alemanha e Inglaterra, sob licença. O modelo 30, de 1922, tinha 2.0 litros de deslocamento, com oito cilindros e 24 válvulas. Em 1924, o modelo 35, para corridas, possuía rodas de liga leve com freio a tambor, solidário ao ano que talvez seja o mais famoso Bugatti, por ganhar centenas de provas que participou.
          A Bugatti motorizou trens, barcos e aviões, além de produzir algumas obras-primas como o modelo 57 SC Atlantic que fez sua primeira aparição em 1936, em Paris. Somente três unidades foram produzidas (não idênticas). Seu motor de 3.3 litros tinha 200 CV de potência, o que permitia uma velocidade máxima de 200 km/h. Possuía uma distância entre eixos de quase três metros e uma carroceria muito aerodinâmica para a época. Suas portas abriam para frente e avançavam sobre o teto para facilitar a entrada no habitáculo.
          A carroceria tinha uma construção muito original que era a união central de todas as peças, por meio de rebites, em abas verticais externas, formando várias aletas longitudinais ao longo da carroceria, o que favorecia a estabilidade direcional em altas velocidades.
          A marca italiana, que durante décadas fabricou automóveis que hoje são considerados obras de arte, renasce no início dos anos 2000, sob controle da Volkswagen AG, 90 anos depois de Ettore Bugatti ter fundado a companhia. E lança, em grande estilo, o modelo Bugatti EB 16.4 Veyron, produzido de forma artesanal na fábrica de Estrasburgo (França), uma homenagem ao piloto Pierre Veyron, que venceu as 24 horas de Le Mans de 1939 a bordo de um Bugatti, fazendo da marca a mais bem-sucedida de seu tempo. Lançado em 2005, o bólido da Bugatti se tornou o maior fenômeno da categoria ao prometer quebrar todos os recordes de velocidade e aceleração. Assim foi feito. O Veyron vai a 100 quilômetros por hora em míseros 2,5 segundos. E pode chegar a 400 por hora.
(Fonte: jornal Gazeta Mercantil - 23.01.2002 - Ricardo Bock / revista Forbes Brasil - 13.03.2002 / Exame - 05.11.2008 - partes)

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