Total de visualizações de página

6 de out. de 2011

DuPont / Chemours

     O parisiense Eleuthère Irenee du Pont de Nemours, quando jovem, estudou no Royal College em Paris como aprendiz de química, com o renomado químico francês Antoine-Laurent Lavoisier. Após a Revolução Francesa, mudou-se para os Estados Unidos e em 1802, inaugurou uma fábrica de pólvora em Brandywine River, próximo à cidade de Wilmington, no estado de Dalaware. Sua primeira fábrica explodiu e a DuPont quase acabou ali mesmo. Mas Eleuthère, em vez de desistir do negócio resolveu seguir em frente. Ele então ergueu uma casa ao lado da nova fábrica e instalou nela a família, para mostrar aos funcionários que estava disposto a correr o mesmo risco. Já com a razão social E.I. du Pont de Nermours and Company, viu seus lucros explodirem quando o governo americano fez encomendas para  as tropas lutarem na Guerra de 1812.
     A empresa começou fabricando explosivos - e por mais de cem anos cresceu graças ao que foi, literalmente, a reinvenção da pólvora, ao criar uma fórmula mais barata de fazer o produto. No início do século XIX, entretanto, quando tudo parecia bem, a companhia alterou seu curso. Fundou um dos maiores laboratórios de pesquisas do mundo e se transformou numa das líderes na área de químicos, com inovações que seguem revolucionárias depois de décadas de seu lançamento.
     A companhia aproveitou para diversificar seus negócios, abrindo uma fábrica de lã, bem como uma de algodão e um cortume, com muito sucesso.
     Foi pioneira no plano de aposentadoria em 1904 e 22 anos depois descobriu o celofane impermeável. Em 1938, criou a borracha neopreme e desenvolveu a fibra nylon e o fluorcarbono - o teflon. Concomitantemente ao desenvolvimento de produtos, a DuPont percebeu que precisava gerir melhor o dinheiro que movimentava. Sob a direção de Pierre du Pont (entre 1902 e 1940), a DuPont desenvolveu a moderna contabilidade empresarial. Nos anos 1960 lançou entre vários produtos, a Lycra, marca da empresa mais reconhecida mundialmente e pelos brasileiros.
    A DuPont passou a ser muito mais do que uma empresa da área petroquímica. Atua em 12 áreas diferentes, como agrícola, automobilística, têxtil e, principalmente biotecnologia. Nos primeiros dois séculos, fez história e acumulou grandes números. Atuava em 70 países e empregava 85 mil pessoas, das quais 1,2 mil no Brasil onde está presente desde 1931.
     Desde a segunda metade dos anos 1990, a empresa focou-se em biotecnologia, buscando aumentar a rentabilidade e diminuir sua dependência da cadeia petroquímica - responsável por dois terços da receita global.
     O dia 1º de julho de 2015 entrou para o calendário de datas mais do que especiais da DuPont. Nessa data deu-se o "Day One", o momento em que foi concluída a maior transformação da empresa neste século: a separação da unidade de produtos e materiais químicos que, agora, passa a operar como uma nova companhia, totalmente independente, batizada de Chemours.
     Para oficializar a mudança, os principais executivos da Chemours, incluindo Mark Vergnano, nomeado presidente, reuniram-se na Bolsa de Valores de Nova York e lançaram as ações da empresa. No mesmo instante, os 54 mil funcionários da DuPont, espalhados por 90 países, recebiam um e-mail assinado pela americana Ellen Kullman, a presidente mundial da empresa-mãe e uma das grandes responsáveis pela divisão da companhia. Em texto breve, a mensagem a ser entendida era a seguinte: com o desmembramento (o spin off), a DuPont sairia fortalecida para se dedicar a produtos considerados mais atraentes, como sementes agrícolas geneticamente modificadas e materiais para painéis solares, bom como biocombustíveis.
     Na prática, a empresa que já deu ao mundo inovações como o Nylon, o Teflon e a Lycra (e é dona de 40,5 mil patentes) coloca agora os seus 10 mil cientistas para trabalhar em descobertas capazes de resolver alguns dos dilemas da humanidade.
     O Brasil ganha relevância. Responsável por quase 7% das receitas mundias da DuPont, o país possui uma das mais importantes estruturas de pesquisa fora dos Estados Unidos. É o Centro de Inovação de Paulínia, no interior de São Paulo, com 300 cientistas, inaugurado em 2012.
     Em 11 de dezembro de 2015, a DuPont anuncia a fusão com a Dow, num acordo que envolvia todas as ações. A empresa resultante que chamar-se-ia DowDuPont e teria um valor de mercado de US$ 130 bilhões, manteria suas sedes em Dekaware e Michigan respectivamente. Em dois anos após o fechamento do acordo, sujeito à aprovação regulatória, a DowDuPont seria dividida em três empresas públicas distintas, com foco na agricultura, química e produtos industriais especiais. Acionistas de cada empresa terão 50% da companhia resultante. O CEO da Dow Chemical, Andrew N. Liveris será o presidente do conselho de administração da nova companhia, enquanto o CEO da DUPont, Edward D. Breen será o CEO.
     Em meados de 2016, os reguladores antitruste da União Europeia abriram uma investigação sobre a proposta de fusão, avaliada em US$ 130 bilhões. Eles afirmaram que o acordo, além de prejudicar a inovação, pode reduzir a concorrência em agroquímicos, sementes e alguns produtos petroquímicos.
(Fonte: revista Exame - 15.12.1999 / revista Forbes Brasil - 29.02.2001 (?)/ jornal Gazeta Mercantil - 08.10.2002 - pág, A-8 - Rosana Hessel / site da empresa / revista Época Negócios - agosto 2015 / Wikipédia / jornal O Estado de S.Paulo - agosto 2016 - partes)

















Nenhum comentário: