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6 de out. de 2011

Kalunga

           A primeira vez que Damião Garcia ouviu a palavra Kalunga foi na casa de um amigo. Esse era o nome do cachorro que Garcia jura ser o mais inteligente que conheceu em seus 73 anos de vida. Mais tarde, descobriu-se que Kalunga era também o nome de uma tribo africana. O fato é que o nome estranho transformou-se numa marca forte no varejo.
           A história da Kalunga começou em 1972, na Vila Mariana, na zona Sul da capital paulista. Foi fundada pelo caixeiro-viajante Damião Garcia. Com o tempo, a pequena papelaria foi crescendo e os escritórios se tornaram o principal público-alvo da rede. O catálogo foi ampliado e, além de papelaria, passou a contar com materiais para escritório e itens de informática. Com a entrada dos novos produtos, o estabelecimento foi reformulado e ganhou ares de megaloja.
          Em setembro de 2011, desfrutando do posto de maior rede de varejo especializada em material de escritório e informática do país, a Kalunga estaria à venda. A empresa, que faturou 1 bilhão de reais em 2010, contratou o banco de investimento francês Crédit Agricole para encontrar um comprador disposto a pagar cerca do 700 milhões de reais por suas 68 lojas. De acordo com um executivo ligado à rede, a GP Investments estaria em fase avançada de negociações com os sócios da Kalunga, os irmãos Roberto e Paulo Garcia. Além da GP, estariam interessadas também as redes americanas de materiais de escritório Staples, que já tinha uma presença modesta no Brasil, e Office Depot. As negociações não foram adiante.
          Em janeiro de 2021, os sócios controladores da Kalunga, os irmãos Paulo Garcia e José Roberto Garcia, assinaram contrato para a venda da fabricante de material escolar Spiral para a própria Kalunga no fim de outubro, por R$ 106,2 milhões. Os dois eram donos da Spiral, que fornece produtos de papelaria e escritório à varejista e são os únicos sócios da Kalunga. Os Garcia vão usar os recursos para pagar parte de uma dívida de cerca de R$ 480 milhões com a Kalunga. O restante do saldo a dever será quitado com recursos da oferta secundária de ações da empresa, que deve ocorrer em 2021. A varejista está em processo de oferta pública inicial de ações (IPO, da sigla em inglês), com intuito de captar cerca de R$ 1 bilhão, dizem fontes.
          A Kalunga possui mais de 10 mil itens à disposição dos clientes espalhados em cada uma das 160 lojas em funcionamento no país. É  hoje a maior rede de papelaria, material de escritório e informática do Brasil.
(Fonte: revista IstoÉDinheiro - 17.09.2003 / revista Exame - 05.10.2011 / jornal Gazeta do Povo online - 06.02.2017 / ValorInveste - 11.01.2021 - partes)

Um comentário:

Anônimo disse...

Kalunga interessante, como podia eu imaginar a origem desta marca.
Muito boa!