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6 de out. de 2011

Kiehl's

     Na década de 1990, quase toda paulistana que viajava para Nova York era obrigada pelas amigas a dar uma passadinha no East Village, mais especificamente no número 109 da Terceira Avenida, e fazer compras no mesmo endereço frequentado pela Princesa Diana. Foi ali que em 1851, o farmacêutico John Kiehl fundou a botica Kiehl's, famosa por trabalhar com cosméticos naturais para o rosto, o corpo e os cabelos.
     Pequeno e simples, o local era peculiar. Suas embalagens, feias a ponto de causar espanto, eram disputadíssimas por mulheres do mundo todo. A aparência dos potes, uma versão piorada daqueles usados pelas farmácias de manipulação, protegia artigos importantes e caros, que garantiam, entre outras benesses, a elasticidade da pele.
     O sucesso da Kiehl's era tamanho que, em 2000, o Grupo L'Oréal adquiriu a pequena farmácia, na época estimada em US$ 40 milhões. Com o dedo dos franceses, a marca ganhou acesso a novas tecnologias, embalagens coloridas e modernas e, sobretudo, escala.
     Em pouco tempo, a L'Oréal transformou a Kiehl's em um pequeno império. Hoje, são mais de 500 lojas espalhadas pelo mundo - a primeira continua operando. O Brasil, geograficamente tão distante das capitais mundiais de cosmética (Nova York e Paris), foi eleito pela matriz como um dos pilares de crescimento da marca.
     A alavancagem de Kiehl's no mundo está diretamente ligada à incorporação da matéria-prima brasileira às suas linhas de cosméticos - caso do açaí da Amazônia e da argila branca da Ilha de Marajó (PA) - e também da abertura de lojas no país. Desde o final de 2008, a marca fincou sua bandeira no país com a inauguração de uma loja no Shopping Iguatemi, em São Paulo.
     Para desenvolver uma nova linha para o rosto, a Kiehl's recorreu ao açaí orgânico ou "super berry", como ele é chamado pelos americanos. Depois de cinco anos de pesquisa e desenvolvimento, a Kiehl's constatou que o açaí apresentava elevados níveis de antioxidantes, que ajudam a reverter e prevenir os danos dos radicais livres oxidantes sobre as células da pele.
     A partir da combinação do fruto da Amazônia com suco de aloe vera e óleos essenciais de lavanda, ela criou sabonete líquido, tônico, sérum e hidratante, que começaram a ser vendidos mundialmente.
(Fonte: jornal Brasil Econômico - 03.05.2010 - parte)

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