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5 de out. de 2011

Maksoud Plaza Hotel

           Henry Maksoud fundou o Maksoud Plaza em 1979. Durante muito tempo o hotel foi ponto de referência de grandes empresários, banqueiros e políticos. Com 25 andares, 372 quartos, 44 suítes principais e cerca de 350 funcionários, hospedou estrelas como Frank Sinatra, Mick Jagger, Ozzy Osbourne, Catherine Deneuve, Margareth Thatcher, Donna Summer e Henry Ford II (herdeiro da fábrica de automóveis).
           Informalmente, o Maksoud era considerado hotel "6 estrelas", tamanho o seu destaque. Passou por momentos gloriosos como quando foi palco dos últimos quatro shows de Frank Sinatra no Brasil (agosto de 1981) e também por episódios marcantes, quando, em 1992, Axl Rose, vocalista dos Guns N' Roses jogou pela janela de sua suíte uma cadeira, por irritação com jornalistas.
           Depois, veio a fase de programas humorísticos de comediantes como Sérgio Rabello e Juca Chaves. Por fim o teatro foi convertido num espaço alugado para congressos e eventos.
           O grupo Maksoud foi pioneiro em revistas anuais, com a edição especial da revista Visão, a Quem é Quem na Economia Brasileira, trazendo os dados de uma massa de empresas, e não somente das 500 ou 1.000 maiores como outras revistas de economia o fazem. O Grupo Maksoud era dono também da Hidroservice, empresa de engenharia fundada em 1958. Por causa de dívidas trabalhistas desta empresa, o hotel acabou indo para leilão, mas, devido a uma disputa jurídica, continuou como propriedade de Maksoud.
           Henry Maksoud falece, em abril de 2014, aos 85 anos. Henry tem dois filhos, Roberto e Claudio.
           Em fevereiro de 2015, o Maksoud Plaza, capitaneado pelo herdeiro do fundador, Henry Maksoud Neto (filho de Roberto), inicia o uso dos canais de venda da rede francesa Accor, a maior operação hoteleira na Europa e América Latina, para oferecer apartamentos do hotel e pacotes corporativos. É a primeira vez no Brasil e no mundo que a rede francesa incorpora uma cadeia que não pertence a seu próprio portfólio - tal como Sofitel, Pullman, MGallery e Grand Mercure, dentro de sua plataforma de distribuição global.
           Em julho de 2017, Claudio Maksoud recebe ordem de juíza da 16ª Vara Cível determinando que desocupe até o início de agosto as suítes 1319 e 1321 do hotel da família. Há mais de 20 anos ele e a esposa Maria Eduarda Maksoud moram no local. O pedido de reintegração de posse partiu de Henry Maksoud Neto, sobrinho de Cláudio e o atual gestor do negócio. A dívida referente à estadia estaria na casa dos 4 milhões de reais.
          Em 21 de setembro de 2020, o Maksoud Plaza entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça de São Paulo. O pedido envolve dívidas da ordem de R$ 120 milhões, incluindo dívidas trabalhistas e demais credores. As dívidas tributárias, estimadas em R$ 400 milhões, ficaram fora do processo.
          Na terça-feira, 7 de dezembro de 2021, o ícone paulistano fechou as suas portas. O Maksoud Plaza, encerrou suas atividades após 42 anos de festas, glamour e muitos hóspedes ilustres. Os últimos hóspedes deixaram o hotel ao meio-dia desse dia 7, e os 170 funcionários foram comunicados da demissão. Quem contava com reservas futuras será reembolsado. O Maksoud já operava com 20% de sua capacidade, mas nunca conseguiu voltar aos trilhos desde quando precisou fechar temporariamente as atividades na fase mais aguda da pandemia, em 2020.
          A marca Maksoud Plaza seguirá sob o domínio da administradora HM Hotéis que disse, por nota, ter planos futuros de um novo projeto com a marca em um novo endereço. O prédio será entregue até o final de 2021 aos empresários Jussara e Fernando Simões, proprietários do Grupo Logístico JSL (antigo Júlio Simões). Eles irão pagar cerca de R$ 132 milhões ao grupo Maksoud para colocar fim a uma disputa judicial que durou dez anos. Por causa de uma dívida trabalhista de R$ 13 milhões, o hotel foi leiloado em 2011 e arrematado por R$ 70 milhões por Jussara e Fernando, que também são irmãos.
          Na época, a Hidroservice, a holding do grupo Maksoud, questionou a validade do certame na Justiça porque alegou ter feito o depósito de R$ 13 milhões para saudar a dívida. Ao ingressar com recursos na Justiça, a Hidroservice conseguiu retomar o controle do hotel, apesar de questionamentos contrários feitos pelos irmãos Simões. Agora, a contenda se encerrou após acordo entre ambas as partes, com o arremate concluído sob valores atualizados. O grupo diz ter caixa suficiente para cumprir o plano de recuperação judicial, cujo passivo total é de R$ 850 milhões, dos quais R$ 110 milhões foram colocados no processo. O plano prevê o pagamento da dívida concursal, em 23 anos; da fiscal, em dez anos; e da trabalhista, em 12 meses.
(Fonte: jornal Folha de S.Paulo - online - 17.04.2014 / jornal Valor online - 23.03.2015 / revista Veja São Paulo - 19.07.2017 / ValorInveste - 22.09.2020 / InfoMoney - 07.12.2021 - partes)

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