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4 de out. de 2011

Renner (Lojas Renner)

          O grupo A. J. Renner, indústria fabril instalada no bairro Navegantes em Porto Alegre (RS), foi criado em 1922, pelo descendente de alemães Antônio Jacob Renner. No mesmo ano de 1922 a Lojas Renner, como parte integrante do grupo, inaugurou na capital gaúcha seu primeiro ponto-de-venda para a comercialização de artigos têxteis.
          Em foto tirada pelo fotógrafo alemão Theodor Preising (1883-1962), em 1930, na Avenida São João no centro de São Paulo, que ficou em exposição na Fiesp de 25 de janeiro a 25 de março de 2018, lê-se o seguinte: "Filial Renner - Confecção Fina - vendas a crédito".
          Em 1940, ainda como empresa pertencente ao grupo, o mix de produtos foi ampliado e a Lojas Renner passou a operar como uma loja de departamentos.
          Numa ação inusitada, o grupo formou um time de futebol que participou do campeonato gaúcho em 1954. Não só participou como ficou campeão. O time era formado por funcionários mas alguns foram contratados justamente pelo fato de serem "bons de bola". Em viagens do time para jogos em outras cidades e outros estados, os jogadores usavam ternos Renner, "of course" (claro).
          Em 1965, devido ao seu crescimento e evolução, o grupo A. J. Renner resolveu tornar independentes as empresas que o formavam, ocasião em que foi constituída então a companhia Lojas Renner S.A. Dois anos depois, em 1967, Lojas Renner já se transformava em uma empresa de capital aberto.
          A varejista de moda cresceu, mas anos depois teve seu declínio, caindo para oito lojas em 1991. Quase à beira da falência, nesse ano a empresa passou a ser capitaneada pelo administrador de empresas gaúcho José Galló. Cristiano Renner, neto do fundador Antônio Jacob, inicialmente contratou Galló para um trabalho de consultoria de três meses e depois assumiu o comando.
           Em  dezembro de 1998, a Renner, então com 21 lojas, deixa de ser uma empresa familiar, quando foi comprada pela varejista americana J.C.Penney, então uma das maiores lojas de departamentos do mundo. A JCPenney não teve que mexer em nada. Seu estilo de gestão permaneceu intocado. Idem para o principal executivo, o gaúcho José Galló, que continuou na direção da Renner. A explicação saiu da boca do vice-presidente de operações internacionais da JCPenney, George Kapplinger. "Ficamos impressionados com o que essa rede conseguiu alcançar em poucos anos", diz Kapplinger. "No futuro, podemos até expandir a marca Renner para outros países da América Latina." O que impressionou os americanos foi a forma como a Renner saiu da crise em que se meteu no início dos anos 1990: tornando-se uma rede focada em moda e no encantamento de seus clientes. 
          Passaram-se sete anos e a companhia americana (em 2005) resolveu sair do Brasil mas não achou interessados na compra. Foi quando a J.C.Penney vendeu suas ações de forma pulverizada na Bolsa de Valores de São Paulo, acabando assim, com a figura do controlador. Hoje, a Renner é uma das poucas empresas brasileiras com o capital pulverizado, no modelo de "corporation", típico dos EUA.
          O fato de ser a primeira empresa no país a não ter um controlador gerou dúvidas no mercado com relação ao seu futuro. Não foi preciso nem um ano para as desconfianças se dissiparem. Logo descobriu-se que a empresa desvencilhou-se de um entrave ao crescimento e aumentou seu ritmo de inauguração de novas lojas.
          No começo de 2008, mais precisamente em março quando a crise ainda não tinha se agravado, a Lojas Renner acertou a aquisição da rede Leader como parte de um plano para crescer rapidamente, mas a negociação acabou se tornando um problema para a empresa. Com o agravamento da crise, o mercado passou a achar que os 670 milhões de reais oferecidos foram exagerados e a empresa desistiu da compra. A decisão de cancelar a aquisição agradou o mercado, porque a empresa não precisaria se endividar num momento de baixa liquidez.
          Em 2011, a Renner se reforçou com a compra de 31 lojas da rede de artigos domésticos Camicado (vide origem da marca Camicado neste blog), única aquisição em seus então 46 anos de história. Em 2012 lançou as lojas com a marca YouCom.
          As lojas Renner são voltadas principalmente para o público feminino e as mulheres são quase 80% dos clientes da rede. Coincidência ou não, 70% dos funcionários são do sexo feminino. A empresa é dona também da marca Youcom, lançada para o público jovem.
          Em 2016, a empresa lança a marca plus size Ashua, apostando no fato de que o país tem 54% da população acima do peso e 18,9% são obesos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Inicialmente, as vendas seriam apenas pela internet.                                                 
          Em 23 de março de 2017 inaugurou sua nova sede em Porto Alegre. O objetivo da direção da empresa é reunir as equipes de criação, compras e planejamento em um mesmo espaço e, com a proximidade física, ganhar agilidade no desenvolvimento das criações.
          Em 4 de setembro de 2018, a empresa abre sua primeira loja da marca Ashua, em Porto Alegre, e outras deverão ser abertas, iniciando por São Paulo.
          No primeiro dia de novembro de 2018, a Renner informa que o seu conselho de administração escolheu Fabio Faccio como próximo presidente da companhia, sucedendo José Galló, que está à frente da empresa desde a década de 1990. Fabio Faccio está na Renner desde 1999, onde começou a carreira como estagiário. O executivo passou por diversos cargos e, neste ano, atuou como diretor de produto da companhia. Faccio é administrador de empresas pela PUC/SP. Após período do transição, a passagem de bastão será em 18 de abril de 2019.
          A Renner procura posicionar suas lojas em Shopping Centers, segundo a diretoria, por questão de logística. No final de setembro de 2020, a rede inaugurou loja com a bandeira Renner no Aeroporto de Guarulhos, com uma área total de 1.075,7 metros quadrados. Com dados de outubro de 2020 o grupo possui um total de 605 lojas, distribuídas entre as três bandeiras: Renner (384), Camicado (113), Youcom (100) e Ashua (8). A empresa tem lojas no Uruguai e Argentina e é dona também da rede de lojas Ashua - Curve & Plus Size. Em 2017, o grupo teve receita líquida de 2,2 bilhões de dólares, com um quadro de aproximadamente 20.000 funcionários.
          Em 19 de abril de 2019, depois de 27 anos à frente da empresa, José Galló conclui sua jornada como CEO e assume a direção do conselho de administração.
          Em 15 de julho de 2021, a Lojas Renner compra a plataforma de itens de moda Repassa, plataforma online de revenda de roupas. É o primeiro movimento da Lojas Renner para consolidar a sua operação online, transformando-se em um ecossistema de moda e lifestyle.
          Em outubro de 2021, após investimento de R$ 1.2 bilhão, a Lojas Renner finalizou a construção de um centro de distribuição em Cabreúva, interior de São Paulo, que já conta com tecnologia para otimizar o abastecimento das lojas e as entregas aos clientes, com destaque para a utilização de 312 robôs que cuidarão do armazenamento de caixas e roupas. O objetivo com o novo CD é acelerar as vendas online, especialmente do marketplace.
          Considerando dados de setembro de 2022, a Lojas Renner tem aproximadamente 650 lojas.
(Fonte: site da empresa / revista Exame 20.10.1999 / 05.11.2008 / Maiores & Melhores 2012 / revista Exame - 17.09.2014 - jornal Valor - 24.03.2017 / 04.09.2018 / Exame  M&M - 2018 / Valor - 01.11.2018 / 16.04.2019 / InfoMoney - 01.10.2020 / Eleven Financial - 16.07.2021 / 11.10.2021 - partes).

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