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5 de out. de 2011

Grupo Pão de Açúcar - GPA (supermercados)

          Em todas as centenas de lojas e em cada um dos andares da sede do grupo Pão de Açúcar, em São Paulo, sempre há duas pequenas imagens, uma de Nossa Senhora de Fátima, de quem Valentim dos Santos Diniz, morto em março de 2008, era devoto, e outra de Santa Rita, a quem seu filho mais velho, Abilio, presta devoção, principalmente após ser sequestrado em 1989.
          Valentim, que fundou um dos grupos mais importantes do Brasil, nasceu no dia 18 de agosto de 1913 na pequena aldeia de Beira Alta, em Portugal, e emigrou para o Brasil em 1929. Do navio em que viajava, na terceira classe, sua primeira visão do país foi o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, o que o impressionou profundamente. O porto de Santos, porém, seria seu destino final.
          A pequena doceira Pão de Açúcar na avenida Brigadeiro Luiz Antonio, em São Paulo, no mesmo endereço que hoje abriga a sede do grupo, só foi fundada por ele e sua mulher, Floripes, em 1948. A era Vargas chegava ao fim e o general Dutra acabara de ser eleito pelo voto direto. Em 1956 Juscelino Kubitschek assumiria a presidência e levaria o país a um acelerado processo de industrialização.
          Santos soube acompanhar todas as mudanças por que passava a economia e os hábitos de consumo dos brasileiros. A história do Grupo Pão de Açúcar, que viria a ser nos anos 70, 80 e 90 a maior cadeia de supermercados do país e a maior rede varejista de capital nacional, é um espelho da trajetória do varejo e dos anseios de modernização da sociedade brasileira.
          No fim dos anos 1950, a grande novidade eram os supermercados, ou as lojas de auto-serviço. Até então, os consumidores estavam acostumados a ser atendidos pelo dono da venda do bairro, que conhecia seus fregueses pelo nome. Resgatar este elo perdido, por sinal, transformou-se hoje em uma das maiores ambições das grandes redes.
          Em 1952, Santos já possuía duas filiais de sua doceira. Mas o mundo girava cada vez mais rápido, os produtos eram feitos em massa, as mulheres ingressaram no mercado de trabalho e não sobrava mais tempo.
          Em 1959, Santos inaugurava o seu primeiro supermercado. A primeira aquisição viria em 1965, com a incorporação da cadeia "Sirva-se". Os supermercados Sirva-se e Americano, foram os pioneiros no autoatendimento, em 1953, seis anos depois de o Frigorífico Wilson ter operacionalizado sua primeira loja com auto-serviço, marcando uma revolução no varejo. O Pão de Açúcar chegava a 11 lojas. Depois desta, várias outras redes foram incorporadas pelo grupo nas décadas seguintes. Nesta lista estão marcas como a Eletroradiobraz, Peg-Pag, Bazar 13, Morita, Barateiro, Paes Mendonça, Sé, Comprebem e Peralta. A companhia ficou ainda com algumas lojas das extintas redes Mappin, Mesbla e G. Aronson (vide origem das marcas Mappin, Mesbla e G. Aronson neste blog), que faliram.
          Enquanto os supermercados foram a grande inovação nos anos 1960, os hipermercados causavam frisson nos anos 1970 e 1980. No Brasil, em especial, a hiperinflação criava um terreno fértil para este novo formato, que era capaz de suportar o grande fluxo de pessoas que corria aos supermercados todo início de mês, após receber o salário.
          A primeira experiência do Pão de Açúcar no setor de hipermercados foi com a rede Jumbo, ainda nos anos 1970, mas o projeto não vingou. Em 1989, a primeira loja da rede de hipermercados Extra era inaugurada, dando origem a um novo negócio que hoje responde por grande parte das vendas.
          No início da década de 1990, diante das dificuldades da empresa no Brasil, o Pão de Açúcar deixa Portugal, onde aportou nos anos 1980, com a abertura de lojas.
          Em tempos de fartura o grupo Pão de Açúcar investiu para ter uma vistosa sede própria, em dois sofisticados edifícios da Avenida Eng.º Luís Carlos Berrini, a então meca mais recente dos escritórios paulistanos. Com o Plano Collor, o grupo passou a enfrentar problemas e fez uma operação de sale-leaseback - venda seguida de arrendamento - da sede com o Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, para fazer caixa. Depois, o Pão de Açúcar enterrou o orgulho e abandonou a sede, pela qual pagava 450.000 dólares de aluguel por mês, e voltou para as antigas instalações, espalhadas por várias casas em torno da padaria que deu origem ao conglomerado, na avenida Brigadeiro Luiz Antônio, na capital paulista.
          Em 1992, enquanto se engalfinhava em disputas internas, a família Diniz assistia à pior crise da história do Pão de Açúcar. Foi em meio a esse cenário desolador que os Diniz contrataram o executivo Marcos Escudeiro, nascido em 1959, um expert em varejo de descontos. Sua missão seria comandar a divisão de hipermercados Extra, a mais moderna do grupo, projetada sob medida para deter o avanço da rede Carrefour. Os Diniz estavam injuriados por ter perdido o posto de maior grupo supermercadista do país para os franceses. Escudeiro mostrou serviço rápido. Começou dando poder aos gerentes, adotando margens baixíssimas de lucro. Acabou transformando o Extra num concorrente à altura do Carrefour e na mais fértil fonte de receitas dos Diniz. No final de 1993, com apenas seis lojas, a divisão já respondia por 24% do faturamento do grupo - que então alcançava 1,6 bilhão de dólares.
          Em fevereiro de 1993, depois de dezessete anos como braço direito de Abilio Diniz no grupo Pão de Açúcar, o executivo Sylvio Luiz Bresser Pereira deixou o grupo para ser seu próprio patrão no banco múltiplo Fator. "Esperei o saneamento das finanças do Pão de Açúcar para sair", disse ele. O irmão de Sylvio, ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira continuou no conselho de administração da casa.  
          A marca Jumbo Eletro deixa de existir em 1993, quando o Grupo Pão de Açúcar (GPA) substituiu as lojas pela marca Extra.
          Nos primeiros meses de 1994, o Pão de Açúcar promove uma revoada de executivos no Carrefour, seu maior rival, então a maior rede de supermercados do país. De uma só tacada, o Pão de Açúcar contratou cinco diretores de lojas do Carrefour, entre eles o responsável pela unidade da Barra da Tijuca, uma das maiores do grupo francês.
          A reestruturação promovida a partir de 1990, fez o número de lojas cair de 463 para 215 e o quadro de funcionários de 31.600 para 18.500. A produtividade deu alguns saltos. As vendas por metro quadrado, que eram de 348 dólares em 1990, chegaram a 667 dólares em 1994.
          Em fins de 1996, o Pão de Açúcar estava de olho na rede baiana de supermercados SuperMar, a antiga Unimar, do Grupo Garantia. Em algumas semanas de setembro e outubro, um grupo de 10 executivos da empresa esteve em Salvador para avaliar as mais de 40 lojas da rede, que faturou 719 milhões de dólares em 1995. A compra do SuperMar faria parte dos planos de expansão do Pão de Açúcar no Nordeste - onde tinha apenas 2 supermercados Superbox. Não foi a primeira vez que Diniz tentou a compra. Algum tempo antes, o Pão de Açúcar chegou a negociar por pelo menos 3 vezes com o antigo controlador, Mamede Paes Mendonça.
          Em 1997, o grupo ganhou uma espécie de selo de transparência ao lançar ADRs na Bolsa de Nova York. Algum tempo depois, as antigas salas que separavam o presidente de seus principais diretores foram derrubadas. Todos passaram a trabalhar juntos.
          Em 1998, o Pão de Açúcar adquire a rede Barateiro, com a clara intenção de preencher espaços na periferia e, concomitantemente, atingir um público de baixa renda. Nesse mesmo ano adquire também a rede de supermercados populares Millo's do empresário grego, naturalizado brasileiro, Jean Markakis.
          Ao abrir a pequena doceira Pão de Açúcar, "seu" Santos não poderia imaginar que estaria lançando as raízes de um grupo que fatura várias dezenas de bilhões de reais. No entanto, o sucesso empresarial teve seu preço. As desavenças entre os cinco filhos e a falta de foco nos negócios quase levaram o grupo à bancarrota no início dos anos 1990. Após vários desentendimentos com Abilio, Alcides e Arnaldo aceitaram sair da empresa e venderam suas participações ao irmão. Lucila, a caçula, manteve-se ao lado do irmão mais velho (Abilio), que assumiu o comando do grupo e conseguiu dar uma volta por cima triunfal. O executivo carioca Luiz Antônio Viana, com passagens pelo BNDES e pelo Banco Mundial, ajudou a liderar a drástica virada nos resultados do Pão de Açúcar. Sob seu comando, a rede de Abilio Diniz, à época uma empresa agonizante, fechou um terço de suas lojas e demitiu 20.000 funcionários. Depois de tanto sangue derramado, a companhia se tornou a mais saudável varejista do país.
          Viana, como diretor-superintendente, foi o braço direito de Abilio de setembro de 1991 a maio de 1999, na maior reestruturação da história da empresa. Com várias décadas de história do Pão de Açúcar, apenas um executivo teve quase tanta visibilidade influência quanto Abilio. No momento mais delicado da reestruturação (1991), Viana foi contratado como superintendente. É reconhecidamente o articulador e executor dos ajustes que recolocaram o Pão de Açúcar nos eixos. Viana ajudou também na abertura de capital na Bovespa, ao lado de Augusto Cruz, que ocorreu em 1995. Foi um marco para o reinício do crescimento de grupo Pão de Açúcar. Viana deixou o grupo em 1999 para assumir a presidência da BR Distribuidora (hoje Vibra), mas permaneceu como membro do conselho de administração da CBD.
          Meses depois de sua saída, Viana teria se queixado a um amigo da sua falta de perspectiva de ascensão no grupo. Seus planos de, um dia, suceder Abilio no comando aparentemente não se realizariam. "O Abilio sabe delegar poder quando sente que isso é necessário", diz um dos diretores de uma das maiores empresas mundiais de recrutamento de altos executivos. "Mas, quando tudo vai bem, faz questão de reaparecer. Com isso acaba afastando de si muitos talentos importantes."
          No fim dos anos 1990, o Grupo Pão de Açúcar adquire as 12 lojas da rede de Supermercados Nagumo. A rede Nagumo foi relançada em 2001, pelo neto dos fundadores, Thiago Nagumo.
          Em fins de 1998, mais precisamente na primeira quinzena de novembro, havia fortes rumores no mercado de que a francesa Auchan, uma das maiores redes de supermercados da Europa, estaria interessada em entrar no Brasil via uma participação ou compra do Pão de Açúcar. A Auchan assumiu as operações do Pão de Açúcar em Portugal, no início dos anos 1990, no qual a família Diniz continuou detendo 6% do capital.
          Em 1999, a rede francesa Casino injetou 1,5 bilhão de dólares no Pão de Açúcar. Abilio passou a ter então um sócio internacional.
          Ana Maria Diniz, filha mais velha de Abilio, foi a única entre os irmãos que escolheu seguir de perto o caminho do pai. Ana foi uma das entusiastas do cartão de relacionamento do Pão de Açúcar. Batizado de Mais, foi lançado em meados de 1999.
          Em meados de 2000, Abilio Diniz, Ana Maria Diniz e Caio Mattar, então diretor de investimentos do grupo Pão de Açúcar, estiveram em Natal, no Rio Grande do Norte, para selar a compra da rede de supermercados paraibana Boa Esperança.
          Em menos de uma década, Abilio, ajudado por seus executivos, conseguiu levar sua marca da decadência à modernidade. No final de 2000, a rede tinha 416 lojas e 50.000 funcionários, com 9 bilhões de reais e faturamento bruto
          Em março de 2003, depois de quase uma década em que o Pão de Açúcar teve apenas uma face - a de seu presidente, Abilio Diniz, o paulistano Augusto Cruz, então vice-presidente financeiro (desde 1994), assume o lugar de Diniz como CEO da empresa. Cruz, nascido em 1953, era uma espécie de estrela do comitê executivo. Sob sua responsabilidade, estiveram as estratégias financeiras e tecnológicas, duas das áreas críticas da empresa. Mestre em economia (fez doutorado mas não defendeu tese), foi professor das Faculdades Metropolitanas Unidas, de São Paulo, e fez cursos de administração no Insead, na França. Abilio assume a presidência do conselho de administração e Valentim dos Santos Diniz passa a ser presidente honorário.
          Em 2003, depois de diversas conversas ao longo dos anos, Arthur Sendas decidiu vender ao Pão de Açúcar metade da rede Sendas do Rio de Janeiro, então a quinta maior rede varejista do país. Desde julho de 2007, o consultor Cláudio Galeazzi se dedicou integralmente à reestruturação das operações da bandeira Sendas. Em maio de 2016, o Pão de Açúcar concluiu as negociações com o Sendas para a aquisição das ações remanescentes da empresa. Com essa aquisição, o Pão de Açúcar e suas controladas passaram a deter conjuntamente 100% do capital social total da Sendas Distribuidora. O valor total da operação é de 377 milhões de reais. O Pão de Açúcar passou a focar na conversão da marca Sendas em lojas Extra Supermercado.
          No início de 2006, com o aval de Diniz, o Pão de Açúcar contratou o ex-presidente do Banco do Brasil Cássio Casseb para reestruturar as finanças do grupo. Foi o ano da pior rentabilidade dos últimos oito anos. A rentabilidade piorou ainda mais no primeiro trimestre de 2007. Casseb, o breve, mesmo tendo se rendido aos mandamentos do chefe - um esportista inveterado - e praticado exercícios regularmente na academia da empresa, não aguentou no posto. No final de 2007, Abilio contratou o consultor Claudio Galeazzi para assumir a presidência do grupo. No dia 6 de dezembro, Cássio Casseb não fez sua tradicional apresentação de resultado no final da reunião do conselho de administração. Pouco antes do encontro, ele recebeu um aviso de que os conselheiros precisariam de mais tempo para discutir um assunto confidencial naquela manhã. Casseb soube do resultado da discussão, conduzida pelo presidente do conselho, Abilio Diniz, quatro dias mais tarde - com o anúncio de sua demissão, após pouco menos de dois anos no cargo. Casseb teria feito mudanças com muita tensão e pouco resultado, disse Diniz. Adotou medidas como a demissão de mais de 100 diretores e altos gerentes - algo que deixou os nervos dos funcionários à flor da pele. Para Casseb, a família Diniz e o grupo francês Casino - controlador do grupo Pão de Açúcar - tiveram pouca paciência. "No varejo, as ações demoram a surtir efeito. Os resultado aparecerão com o tempo, disse Casseb.
          Desde sua entrada, Galeazzi tinha entre suas missões preparar seu sucessor, que seria escolhido entre os executivos do grupo. Em meados de 2009, quando Abilio Diniz reiterou a permanência de Galeazzi por mais um ano, o Pão de Açúcar tinha como vice-presidentes Enéas Pestana, José Roberto Tambasco, Hugo Bethlem e Ramatis Rodrigues, que acabara de assumir o cargo no lugar de Caio Mattar, que passou à presidência da empresa imobiliária criada pela varejista.
          O GPA entrou no segmento de atacarejo ao formar a joint venture Assaí em 2007 em que ficou com participação de 60% e, em julho de 2009, comprou os outros 40% do capital. Pouco antes disso, em palestra proferida em São Paulo em 18 de maio de 2009, Abilio Diniz chegou a dizer que atacarejo era "modelo da moda": "O momento é de surfar nesta onda (do atacarejo), que tem mais de dois metros e meio de altura, porque depois o mar vai ficar liso e ninguém mais vai surfar". Abilio não especificou qual seria o possível momento de declínio deste formato de negócio. Mas a realidade se mostrou outra. A partir das 14 lojas iniciais em 2007, todas na cidade de São Paulo, nos anos seguintes, com forte investimento em treinamento, incluindo a criação da Universidade Assaí, 85 lojas foram abertas em 13 estados, período em que o quadro de funcionários da Assaí mais que dobrou, passando para 18.500. Em muitas cidades onde as lojas foram instaladas, o modelo de atacarejo não era sequer conhecido. Considerando dados de agosto de 2017, a rede Assaí tem 112 lojas e é responsável por 39% do segmento alimentar do GPA. Um grande sucesso para um investimento de pouco mais de R$ 400 milhões em 2007.
          Adepto do modelo de crescer de forma alavancada, o Pão de Açúcar vendeu, em 1999, 23,98% do capital votante e 21% do capital total do Pão de Açúcar ao grupo francês Casino. Em até cinco anos, mais R$ 1,1 bilhão de reais seria desembolsado pelo Casino para chegar a 40% do capital votante e 35,5% do capital total.  O empresário dividiu o controle por alguns anos e, seguindo cláusula de contrato, em junho de 2012, entregou o comando acionário da maior rede varejista brasileira, ao grupo francês Casino. Presidente do conselho de administração, Abilio tentou ser o elo entre o Casino e o Pão de açúcar. Mas para o controlador do Casino, Jean-Charles Naori, Abilio tinha perdido o direito de intermediar a relação entre as duas empresas a ponto de ser barrado na porta num encontro em Paris no segundo semestre de 2012.
          Em setembro de 2013, após troca de ações entre Abilio Diniz e o Casino, aprovada sem restrições pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), acontece a renúncia do empresário do Conselho de Administração do grupo,  abrindo mão de todos os seus direitos políticos na empresa. Abilio Diniz continuou com pouco menos de 10% do capital social da empresa, representados por ações sem direito a voto.
          Quando assinou o contrato, em 2005, com a cláusula que garantia aos franceses do Casino o controle total do Pão de Açúcar a partir de 22 de junho de 2012, uma das ideias que passava pela mente de Abilio é que então estaria com 75 anos e não iria querer se preocupar tanto com a empresa. Não se sabe se o principal slogan da empresa, "Orgulho de ser brasileiro", lhe vinha à mente com frequência. Hoje, porém, Abilio avalia que assinar aquele documento foi o maior erro que cometeu em sua trajetória profissional.
          Dentro do segmento proximidade, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) trabalha com duas marcas: Mini Extra (197 lojas) e Minuto Pão de Açúcar (79), localizadas em São Paulo e Recife. A proposta é que essas lojas funcionem como a despensa do cliente.
          No final de junho de 2019, o grupo divulga reestruturação desenhada pelo financista Jean-Charles Naouri, presidente do Casino, dos ativos da varejista francesa na América Latina, que transformará o Grupo Pão de Açúcar no controlador dos negócios na região. A aquisição da colombiana Éxito, abrange o controle das operações na Argentina e Uruguai. Em três etapas, a transação resolve pendências e abre caminho para elevar a liquidez em bolsa e o nível de governança corporativa do grupo.
          Em outubro de 2021, o GPA divulga que desistiu de operar com modelo de hipermercados no Brasil e, do total de 103 pontos do Extra, 71 devem ser transformados em lojas da rede de atacarejo Assaí.  28 em supermercados Pão de Açúcar e Mercado Extra — metade para cada bandeira. Quatro lojas restantes devem ser vendidas no mercado. A decisão amadureceu após a separação do Assaí do GPA, em março de 2021. Em 17 de dezembro de 2021, o GPA assinou contrato com o Assaí de cessão de direitos de exploração de até 70 pontos comerciais, no valor de R$ 3,97 bilhões. O montante será pago de forma parcelada pelo atacadista entre dezembro de 2021 e janeiro de 2024.
          No final de abril de 2022, o GPA aprovou a incorporação da controlada SCB Distribuição e Comércio Varejista de Alimentos, da rede Compre Bem. O GPA tem 603 lojas (maio de 2022), sendo 28 destas operadas pela SCB.
          Em 26 de junho de 2023, o Grupo Casino anunciou que pretende vender suas filiais sul-americanas, o brasileiro Grupo Pão de Açúcar (GPA) e o colombiano Éxito. O comunicado do desembarque francês do GPA marca a saída de um investidor que brigou para ficar com o ativo no Brasil. Conhecido por suas engenharias financeiras, Jean Charles Naouri, dono da holding que controla o Casino, que detém hoje a maior parte das ações do GPA, travou uma batalha com Abilio Diniz pela varejista. Hoje, endividado na Europa, ele propõe abrir mão dos ativos da América Latina para salvar o controle de seu negócio.
          Em 16 de outubro de 2023, o GPA e o Casino anunciaram um acordo com o Grupo Calleja, rede de supermercados de El Salvador, para vender suas participações no Éxito. A empresa irá comprar a participação das duas companhias na varejista colombiana por US$ 1,17 bilhão, mediante oferta de aquisição de ações na Colômbia e nos Estados Unido. O Casino irá vender sua participação de 34% no Éxito por US$ 400 milhões, e o GPA venderá sua participação de 13,3% na companhia colombiana por US$ 156 milhões.
          Abilio Diniz morre em São Paulo, em 18 de fevereiro de 2024, aos 87 anos.
(Fonte: revista Exame - 16.09.1992 / 03.03.1993 / 05.01.1994 / 13.04.1994 / 07.12.1994 / 20.11.1996 / 18.11.1998 / revista Carta Capital - 18.08.1999 / revista Exame - 12.07.2000 / 18.04.2001 / 11.07.2001 / 10.12.2003 / 05.07.2006 / 30.08.2006 / revista Época - 17.12.2007 / Exame - 31.12.2007 / jornal Valor - 17.03.2008 - Claudia Facchini / jornal Gazeta Mercantil - 19.05.2009 / revista Exame - 12.12.2012 / Folha Online - 02.10.2013 / revista Época Negócios - agosto 2015 / revista Exame - 03.08.2016 / jornal Valor - 18.08.2017 / Veja.com - 18.10.2017 / Valor - 28.06.2019 / Capital Aberto - 16.10.2021 / Valor - 02.05.2022 / Estadão - 27.06.2023 / Valor - 17.10.2023 -  partes)
          Em 13 de março de 2024, a oferta de ações (follow-on) do Grupo Pão de Açúcar (GPA) sacramenta a saída do Casino do controle da sociedade com a varejista brasileira. Os franceses passarão a ter 22,5% do capital da companhia, após o aumento de capital de R$ 704 milhões. Anteriormente, a participação era de 40,9%. A operação teve desafios importantes por causa do momento complicado que passa o varejo brasileiro e o GPA em particular, que vem tentando melhorar sua estrutura de capital. A oferta subsequente não alcançou a totalidade das ações do lote extra. Foram vendidos 140 milhões do lote base e mais 80 milhões (57%) do extra. A colocação foi precificada em R$ 3,20 por ação, um desconto de 4% em relação ao fechamento do dia 13. Isso após, segundo fontes, ter sido adiada, pois a ideia inicial era fazer a operação em janeiro. Um dos maiores compradores individuais do papel, de acordo com fontes, foi o executivo Ronaldo Iabrudi, que já foi presidente do GPA e também participou do conselho do grupo, com uma ordem perto de R$ 100 milhões. Ele deve ficar com aproximadamente 5,5% do capital total, o maior acionista pessoa física da companhia.
(Fonte: revista Exame - 16.09.1992 / 03.03.1993 / 05.01.1994 / 13.04.1994 / 07.12.1994 / 20.11.1996 / 18.11.1998 / revista Carta Capital - 18.08.1999 / revista Exame - 12.07.2000 / 18.04.2001 / 11.07.2001 / 10.12.2003 / 05.07.2006 / 30.08.2006 / revista Época - 17.12.2007 / Exame - 31.12.2007 / jornal Valor - 17.03.2008 - Claudia Facchini / jornal Gazeta Mercantil - 19.05.2009 / revista Exame - 12.12.2012 / Folha Online - 02.10.2013 / revista Época Negócios - agosto 2015 / revista Exame - 03.08.2016 / jornal Valor - 18.08.2017 / Veja.com - 18.10.2017 / Valor - 28.06.2019 / Capital Aberto - 16.10.2021 / Valor - 02.05.2022 / Estadão - 27.06.2023 / Valor - 17.10.2023 / Estadão - 15.03.2024 -  partes)

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