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6 de out. de 2011

Chanel Sarl

          A Chanel Sarl, fabricante francesa de perfumes e artigos de moda, foi fundada, em 1910, pela chapeleira e empresária Gabrielle Bonheur Chanel (Coco Chanel). A empresa teve uma participação controladora adquirida pela família Wertheimer em 1924, quando Pierre Wertheimer assinou acordo com a Chanel para produzir seu perfume No. 5 em sua fábrica em Bourjois em troca de 70% dos lucros.
O célebre Chanel nº 5 foi criado na cidade francesa de Grasse, uma cidade com imensos campos de rosas, jasmins e violetas que dão ao ar aroma floral.
          “O dinheiro nunca significou muito para mim, mas a independência conseguida com ele, muito.”, era um de seus principais mantras.
          A francesa Gabrielle Bonheur Chanel é a única estilista presente na lista das 100 pessoas mais importantes da história do século XX da revista Time. E não é a toa. Filha de um vendedor de rua, foi deixada em um orfanato, mas deu a volta por cima e criou uma das marcas mais importantes e luxuosas do mundo.
          Entre duas das mais importantes tendências criadas pela estilista está a disseminação do uso das calças por mulheres – algo que chocou a sociedade da época – e o uso dos vestidos pretos básicos, que na época era exclusivos dos funerais e hoje são praticamente peça obrigatória do guarda-roupas de toda mulher.
          Alan, neto de Pierre Wertheimer, assumiu o comando em 1974 e, desde então, a casa de moda se tornou uma entidade consolidada.
(Fonte: revista Forbes Brasil - 26.04.2002 / MHM Manual do Homem Moderno via MSN, por Edson Castro - 04.03.2017 / Financial Times-Valor - 21.06.2018 - partes)

Complemento
           A casa de moda Chanel rompeu um código de silêncio de quase um século e divulgou seus resultados financeiros, mas destacou que a maior transparência "absolutamente não" é um sinal de que esteja preparando sua venda.
          A empresa de capital fechado, pertencente aos irmãos bilionários Alain e Gérard Wertheimer, anunciou aumento de 11% na receita em 2017, para US$ 9,6 bilhões, e um lucro operacional de quase US$ 2,7 bilhões. "O relatório foi preparado para enfatizar a força de nosso balanço patrimonial. Somos uma empresa de US$ 10 bilhões, temos um crescimento orgânico de 11%. Não temos dívida. Temos um caixa de US$ 1,6 bilhão. Tudo isso é importante. Isso nos proporciona a munição para continuar quem somos: independentes e de capital fechado", disse Philippe Blondiaux, que foi indicado diretor da empresa no Reino Unido em 4 de junho.
          O anúncio chega depois das notícias na semana passada de que a casa espanhola Puig estava comprando uma participação majoritária no selo independente Dries Van Noten e que a Missoni havia recebido novos investimentos. Para a Chanel, divulgar os números "foi objeto de um longo debate interno" e é reflexo de um desejo de maior transparência, segundo Blondiaux. "Achamos que a cultura da discrição não nos servia mais.
          A possibilidade de ver pela primeira vez os números da Chanel permite ver a força com o qual a casa de moda ainda domina o cenário do luxo no mundo: as vendas superam de longe as da Gucci, maior empresa do grupo Kering e configuram um rival à altura da Dior e da Louis Vuitton, da LVMH. O balanço especificou o sucesso da nova fragrância Gabrielle e a expansão nos segmentos de relógios e joalheria como principais fatores que impulsionaram o bom resultado.
          Blondiaux, que também é o diretor de finanças da Chanel, foi igualmente efusivo sobre a força do diretor de criação da casa, Karl Lagerfeld, de 84 anos. "Gozamos de um sucesso incrível", disse Blondiaux. "E tudo isso graças a uma coisa: criatividade. A começar por Karl Lagerfeld, que tem uma energia fantástica." O lendário Karl Lagerfeld, quando questionado sobre uma potencial aposentadoria dos seus longos anos como diretor criativo da Chanel, respondeu com uma frase bem ilustrativa desse ponto: “A fundadora Coco Chanel morreu no meio de uma coleção quando tinha quase 90 anos. Eu tenho tempo! Na moda, você pensa em seis meses, seis meses, seis meses. Agora são três meses, três meses, três meses. O mundo é diferente. Não há futuro distante, não é coisa futurística. Moda é algo que as pessoas devem consumir imediatamente”.
          A Europa, com receitas de US$ 3,9 bilhões, ainda é o maior mercado da empresa, que inclui moda prêt-à-porter, acessórios de couro, joias, perfumes e os "metier d'art" ("mestres da arte", em francês, um conjunto de dez ateliers de alta moda que a Chanel adquiriu em 1985). Na Ásia, as receitas totalizaram US$ 3,75 bilhões, 16% mais do que no ano anterior.
          A casa de moda tinha um longo histórico de pouca abertura em todos os aspectos de seus negócios financeiros: "Nós nunca falamos", disse Alain Wertheimer, em 2002, quando abordado do lado de fora de um desfile.
          Esta nova era de maior transparência e comunicação segue-se a uma reformulação na Chanel. Dos 17 diretores do conselho de administração listados no informe financeiros, indica-se que 11 saíram em 2017: Alain e Gérard Wertheimer renunciaram a seus assentos em dezembro. Cinco novos membros do conselho, incluindo Martha Lane Fox, foram indicados nos últimos meses. "Fizemos um rearranjo dos diretores [do conselho] no fim de 2016 para colocar todas as entidades da Chanel sob o mesmo teto", explicou Blondiaux, dizendo que as trocas marcam a mudança para um foco mais mundial no conselho. Quanto aos papéis dos Wertheimer, Blondizus disse não haver "mudança". "Alain é o executivo-chefe. Ele não está mais no conselho. Mas ele é muito participativo e ativo."






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