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6 de out. de 2011

Kodak

          O nome Kodak pode ser considerado uma onomatopeia (clic clac) que descreve o som do obturador de uma câmara fotográfica.
          Mas, pode não estar tão evidente que a pronúncia de "kodak" emite tão bem o "clic clac". Outra versão é que o fundador da Kodak, George Eastman, simplesmente inventou este nome quando se lançou em busca de uma palavra sem significado, curta, fácil de escrever e de pronunciar. Eastman também gostava muito da letra K.
          Era 1937, quando Marc Riboud, fotógrafo francês, autor de algumas das imagens mais celebradas do século XX, ganhou do pai uma câmara Vest Pocket, da Kodak, ouviu um conselho: "Se você não sabe falar, certamente saberá enxergar".
          Existem diferenças oceânicas comparando diferentes eras. A Kodak, a empresa que popularizou a fotografia, comparada com o Instagram, por exemplo. Os principais sócios do Instagram são, cada um deles, dez vezes mais ricos do que era George Eastman, o fundador da Kodak, empresa da primeira era. Só que essa companhia de super-ricos tem cerca de 5.000 funcionários - contra 145.000 que a Kodak, tinha em seu auge.
          Entre 1982 e 1991, nada menos do que quatro reformas ocorreram na Kodak americana, sempre com a intenção de buscar eficiência e melhores resultados. Em 1991, a tentativa custou 1,6 bilhão de dólares em investimentos. O balanço de 1991, porém, mostrou pouco ou quase nenhum resultado positivo. Analistas acreditam que o sucesso só voltará à companhia quando alguns de seus ramos forem vendidos. O grupo atuava então nas áreas fotográficas, química, de informática e de saúde.
          Em meados de 1995, então líder na venda de produtos fotográficos, a Kodak viu que tropeçou ao ser demasiadamente conservadora em suas previsões (pós (Plano Real). Deus executivos projetaram um crescimento de 10% do mercado em 1995 mas erraram feio. Caso os resultados do primeiro semestre se repetissem, as vendas do setor cresceriam 30%.
          No início de 2003, com um ainda incipiente mercado de câmaras digitais no Brasil, o brasileiro Jaime Cohen, executivo responsável pela divisão de consumo da Kodak para a América Latina, esteve em São Paulo para a criação de uma área de montagem de câmaras populares na fábrica da empresa em São José dos Campos.
          Em entrevista à Revista Exame, ele declarou que a foto em papel não morreria, salientando que os usuários americanos de câmaras digitais usavam também uma máquina tradicional e que só uma parcela migraria para o meio digital. Cohen confiava muito no que eles chamavam de infoimagem, cujas possibilidades desse setor seriam ilimitadas. Esses serviços digitais consistiam em impressão de fotos em diversos objetos, troca instantânea de fotografias por computador, telefone, fax ou qualquer outro meio de comunicação. Cerca de 90% das patentes da Kodak registradas nos Estados Unidos eram referentes à exploração desse mercado.
          A empresa chegou a dominar o mercado mundial de filmes fotográficos, mas sofreu um golpe quase fatal com a chegada das câmaras digitais. Sua reestruturação consumiu 6,4 bilhões de dólares, resultou na demissão de 60.000 funcionários e culminou com a implosão de 100 prédios no período de 2005 a 2009.
          Não foi suficiente. A Kodak quebrou em 2012, depois de acumular uma dívida de 6,8 bilhões de dólares e não ser capaz de diversificar seus produtos com o advento da fotografia digital. Hoje, oferece apenas serviços de impressão fotográfica profissional.
(Fonte: revista Exame - 29.04.1992 / 26.02.2003 / jornal Gazeta Mercantil - 08.07.2005 / revista Exame -21.10.2009 / revista Veja 07.09.2016 / 02.11.2016 e 09.05.2018 / site megacurioso / - partes)

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