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1 de out. de 2011

Walmart (antiga Wal-Mart)

          Sam Walton (Samuel  Moore Walton), nascido em 1918 em Kingfisher, Oklahoma, descobriu na adolescência que seria comerciante, quando passou a vender leite e jornais a seus vizinhos em Kingfisher, e a lucrar com isso. Pouco depois passou a ser dono de uma loja de variedades em Rogers, no estado sulista e rural de Arkansas. Continuou firme sua carreira de comerciante e, aos 27 anos, assume uma franquia da loja Ben Franklin em Newport, também no Arkansas.
          Na sugestiva data de 2 de julho 1962, antevéspera do aniversário  da independência americana, Walton, então com 44 anos, inaugura em Rogers,  Arkansas, a primeira unidade da Wal-Mart, uma rede de lojas de descontos. O "Mart" vem simplesmente da palavra "mercado". Durante o período de 1951 a 1962, Sam percorreu vários outros tipos de negócios, inclusive concorrentes como o K-Mart. O conceito da empresa K-Mart era simples: mercadorias de preços baixos com qualidade e com ênfase no auto serviço. Nenhum empresário personificou tanto o sonho americano de prosperidade na segunda metade do século XX quanto Sam Walton. Graças a seu dom de antecipar tendências e comportamento de consumo passou de dono da pequena loja, a principal acionista da maior rede de varejo do mundo.
          Numa revisão mais detalhada, pode-se constatar que o sucesso inicial de Walton se deveu a fatores mundanos. Filho de um corretor de seguros, ele não tinha uma fortuna para investir em seu primeiro negócio. Mas seu sogro tinha: empresário rico e experiente, ele deu um senhor empréstimo para que Walton abrisse suas lojas e tivesse saúde financeira para crescer. Walton, então, aproveitou a fraqueza de varejistas de pequenas cidades americanas e foi comprando concorrentes. Apenas quando já tinha tamanho suficiente, colocou em prática a estratégia inovadora que faria a fama de sua rede.
          Sam Walton subverteu o varejo tradicional usando a arma do bom senso. Trabalhava por custos cada vez menores para poder vender cada vez mais barato. Cortou margens. Multiplicou volumes. Espalhou lojas de descontos e o lema "preços baixos todos os dias" por pequenas e médias cidades americanas. Ligou-as por meio de um sofisticado sistema de informações. A Wal-Mart deu ações a todos os funcionários, com o propósito de transformá-los em sócios motivados do negócio. Walton fez com que eles vissem o patrão em cada cliente. Era um empresário de estilo incomum: andava numa caminhonete velha carregada de cães perdigueiros e fazia questão de lavar a louça do jantar.
          Em 1980, a empresa possuía 276 lojas espalhadas por 24 estados americanos. Nove anos mais tarde, já eram 1.402 unidades.
          Em 1991, a Wal-Mart supera a Sears e se transforma na maior rede americana de varejo. Em 5 de abril de 1992, Sam Walton morre em Little Rock, estado de Arkansas.
          Em 1982, ao assumir o comando executivo da Lojas Americanas, o empresário Carlos Alberto Sicupira, do Banco Garantia, escreveu para as maiores redes de varejo do mundo solicitando um contato para conhecer um pouco mais sobre o setor. Poucas responderam. Nas que se dignaram a abrir-lhe as portas, Sicupira foi sempre recebido por atenciosos funcionários do terceiro escalão. Numa delas, no entanto, Sicupira teve uma recepção absolutamente inusitada. Ao desembarcar na pequena cidade de Bentonville, no Arkansas, no Meio-Oeste americano, ele foi recebido por um sujeito vestido de maneira simples, num caminhão de caça cheio de cães perdigueiros. Tratava-se de Samuel Moore Walton, ou Sam Walton, como ficou conhecido e legendário dono e fundador da Wal-Mart, a maior cadeia de varejo do mundo. Na época, a Wal-Mart, é certo, ainda não estava no topo da lista, mas já despontava como uma vencedora. Aquele encontro representou não só o início de uma grande amizade entre os dois como também o ponto de partida para a formação da sociedade entre Wal-Mart e Lojas Americanas, assinada no começo de junho de 1994. Nessa época, o Wal-Mart já passava de 2.000 lojas. Considerando as outras lojas como as da rede Sam's Club, o grupo possuía, ao todo, 2.477 lojas em território americano.
          No Brasil, a Wal-Mart entrou com alguns percalços. Em 1995, as primeiras lojas da rede abertas em terras tupiniquins, tinham em suas prateleiras itens como equipamentos para beisebol, casacos para neve e coletes salva-vidas. Na peixaria, tilápias vivas faziam parte do mix. É só escolher, pescar e levar para casa. Mas, qual a parcela da população brasileira disposta a comprar sacolas para tacos de golfe, salva-vidas e tilápias?
          Certo. Mas a participação de 40% das Lojas Americanas, do grupo Garantia, não deveria justamente garantir uma adaptação melhor aos negócios brasileiros da Wall-Mart? A Lojas Americanas se associou à Wal-Mart no Brasil em 1994, criando a Pomerode, empresa formada da associação entre as duas empresas. Pelo que se sabe, "os executivos da Americanas nunca foram ouvidos. Quem manda são os americanos e ponto final."
          Em fins de setembro de 1994, estava definida a diretoria da Wal-Mart no Brasil. O comando foi entregue ao executivo americano Arthur Emannuel , também responsável pelas operações na Argentina. Os outros diretores vieram da Lojas Americanas, como José Paulo do Amaral (superintendente) e Davi Vilela (administrativo), ou de futuros concorrentes. Entre eles figuram Leila Loria, ex-Mesbla (diretora comercial) , e os diretores de compras Luis Fasio e Marcelo Castro Fernandes, recrutados na rede atacadista Makro.
          Em meados de 1994 ainda não tinha sido acertado em que locais a Wal-Mart iria se instalar. Estavam sendo estudadas duas áreas, uma em Santo André e outra em São José dos Campos. A primeira loja, porém, foi aberta em Osasco, onde a Pomerode desembolsou 21 milhões de dólares para ficar com o terreno, de 150.000 metros quadrados, que pertencia à Eternit. A prefeitura de Osasco mudou a lei de zoneamento da região onde está localizado o terreno, até então exclusivamente industrial.
          A união com as Lojas Americanas seria desfeita em 1998.
          A Wal-Mart, que também é dona da bandeira Sam's Club, comprou redes regionais, como a nordestina Bompreço (em 2004, em negociação feita diretamente pela matriz americana com os holandeses do grupo Ahold), Big e Maxxi.
          No início de 2001, a rede possuía 20 lojas no Brasil, mas tinha sido até então quase uma decepção. Nunca chegara a incomodar o Pão de Açúcar e o Carrefour.
          Em 2005, o Walmart comprou a rede de supermercados Sonae.
          Em 2008 a Wal-Mart tira o hífen e passa a denominar-se Walmart.
          No Brasil, em outubro de 2016, a Walmart inicia um processo de mudanças batizado internamente de "reinvention" (reinvenção), que deve transformar todas as 130 lojas de hipermercados da companhia, num investimento total de cerca de R$ 1 bilhão nos três anos seguintes. Esse movimento passará pelo fim das bandeiras de hipermercado BIG e Bompreço, localizadas no Sul e Nordeste do país - as lojas vão operar com a marca Walmart.
          Nos últimos dias de abril de 2018, é divulgada a venda pelo Walmart da fatia que possuía na rede de supermercado Asda, no Reino Unido, à rival J. Sainsbury's por US$ 10 bilhões. A Walmart passa a deter 42% do capital da nova empresa.
          Considerando dados de abril de 2018, a rede tem 450 lojas no Brasil, 55.000 funcionários e ocupa a terceira posição entre as redes varejistas de alimentos. Em 2017, teve um faturamento de 28,2 bilhões de reais. No país, possui as seguintes marcas: Mercadorama, Nacional, Big, BomPreço, Hiper BomPreço, Walmart, TodoDia, Maxxi e Sam's Club.
          A maior empresa de varejo do mundo tem sua sede em Bentonville, Arkansas, EUA. Está  presente em 27 países, com aproximadamente 2.2 milhões de funcionários, distribuídos em mais de 11.000 lojas.
          No Brasil, em 4 de junho de 2018, a rede de supermercados Walmart e a empresa americana de private equity Advent International fecharam acordo sobre a venda de 80% da subsidiária do Brasil para o fundo. Os 20% restantes ficarão com o Walmart. No momento da aquisição pela Advent, o clube de compras Sam's Club tinha 27 lojas e o Maxxi, do setor de Atacarejo, tinha 44 lojas. Em 2017, o faturamento do Walmart foi de R$ 28,2 bilhões. Para dar ênfase ao "atacarejo" foi contratado o executivo Beto Alve que  ingressou no grupo em agosto como diretor executivo de atacado, depois de trabalhar por 30 anos no Atacadão, braço de atacarejo do Carrefour.
          Em agosto de 2018, a companhia contrata o executivo Luiz Fazzio, que já foi CEO da C&A e do Carrefour Brasil e diretor do Makro e do Grupo Pão de Açúcar.
          Em 9 de maio de 2019, quase um ano depois de a operação brasileira passar para o controle do fundo de investimento Advent, o Walmart faz o primeiro movimento para retomar o crescimento da companhia no país. A empresa reinaugura a primeira loja conceito do Maxxi, sua bandeira de atacarejo, em Diadema (SP), totalmente remodelada, numa clara intenção de voltar ao jogo do atacarejo, segundo Beto Alves.
          Em 10 de maio de 2019, o Walmart informa a decisão de desativar seu site de vendas no Brasil. É notoriamente uma medida que envolve riscos que a rede terá que administrar no médio prazo. A interrupção está sendo feita num momento em que a concorrência intensifica ações na área, com objetivo de integrar sites e lojas físicas.
          Em 12 de agosto de 2019, Luiz Fazzio, presidente do já denominado Grupo Big, comunica um grande conjunto de alterações: o Walmart Brasil, então com 412 lojas, considerando todas as bandeiras, passa a se chamar Grupo Big e a marca de hipermercados Walmart irá desaparecer no país até o primeiro semestre de 2020. Os hipermercados Walmart nas regiões Sul e Sudeste passam a se chamar Big, enquanto no Nordeste, as lojas do Hiper Bompreço se transformarão em Big Bompreço. As lojas Maxxi Atacado (atacarejo) e Sam's Club (clube de compras), permanecerão com as mesmas denominações.
          Em relação aos supermercados, haverá uma nova divisão: os pontos no Nordeste passarão a se chamar Super Bompreço (eram apenas Bompreço), e nos estados abaixo do Nordeste as lojas devem virar Nacional, rede que já opera no Rio Grande do Sul. Desta forma, a marca Mercadorama, com seis lojas no Paraná, deixará de existir.
          A empresa deixa de pagar royalties mensais aos americanos, de 0,7% sobre as vendas, pelo uso da marca. O Grupo Big vai continuar pagando royalties (que não chegam a 0,7%) pela marca Sam's Club, que pertence ao Walmart. Com a reestruturação, o total de marcas de redes do grupo passa de nove para sete.
          Também deve ser trocado, até o fim de março de 2021, o sistema de tecnologia que conecta as caixas registradoras das lojas aos centros de distribuição de produtos. Hoje, isso é gerido a partir da sede do Walmart, em Bentonville, no Arkansas. Quando há problema no sistema de Bentonville, gerando paralisação nos caixas daqui, é necessário entrar numa fila de outras lojas para eles resolverem lá. O sistema do Bompreço será ressuscitado.
          Em 24 de março de 2021, o Carrefour anuncia a compra da totalidade das ações do Grupo Big Brasil por R$ 7,5 bilhões. Essa  aquisição expandirá a presença do Carrefour em regiões onde tem penetração limitada, como o Nordeste e Sul do país. O negócio está sujeito à avaliação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a expectativa do Carrefour é obter o aval do regulador até 2022. O negócio também prevê que o Carrefour passará a administrar a bandeira Sam''s Club, através de um contrato de licenciamento com o Walmart.
(Fonte: revista Exame - 22.06.1994 / 20.07.1994 / 28.09.1994 / 23.10.1996 / 15.12.1999 / 21.10.2009 / jornal Valor online - 28.10.2016 / 30.04.2018 / 04.06.2018 / 09.05.2019 / 13.05.2019 / 12.08.2019 / Wikipédia / Valor - 24.03.2021 - partes)

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