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6 de out. de 2011

Globo (TV Globo / jornal O Globo)

          Irineu Marinho lançou, em 1925, o jornal "O Globo" num momento de adversidade, pouco depois de haver perdido o controle acionário do "A Noite", vespertino que havia fundado em 1911. Com pouco dinheiro e maquinário de segunda mão, "O Globo" chegou às bancas em 29 de julho de 1925, ancorado sobretudo na experiência de Irineu Marinho e dos companheiros que o seguiram nessa empreitada. A redação e as oficinas foram instaladas num antigo prédio no largo da Carioca nas salas emprestadas pelo Liceu de Artes e Ofícios. Menos de um mês depois de ter fundado "O Globo", Irineu Marinho morreu, vítima de um enfarto. O jornal passou a ser conduzido pelo jornalista Euclydes de Mattos, que morreu seis anos depois, em 1931. Roberto Marinho, filho de Irineu, que ocupava o cargo de secretário e havia adquirido experiência em todas as áreas do jornal, assumiu a direção aos 26 anos. Junto com essas dificuldades, o cenário de meados da década de 1920 era de grande instabilidade econômica e política e havia também uma concorrência muito acirrada na imprensa carioca, com diversos títulos vespertinos. Em 1972, "O Globo" passa de vespertino para matutino.  
          Roberto Marinho começou a trabalhar no "Globo" em 1925, seis anos antes, portanto, de assumir a direção. Em 1937 começou a publicar revistas e em 1944 criou a Rádio Globo. Convencido de que a televisão era imprescindível para quem quisesse viver do ramo da comunicação, colocou como prioridade pedir concessão ao governo quando a televisão chegasse ao Brasil. Em janeiro de 1951 a Rádio Globo encaminhou pedido de concessão de um canal de televisão. Em julho de 1957, o presidente Juscelino Kubitschek aprovou a concessão do Canal 4 de Rio de Janeiro para a Globo.
          Quando foi aprovada a concessão, a composição acionária da TV Globo era a mesma do jornal "O Globo" e da Rádio Globo. Os sócios eram Roberto Marinho e seus irmãos. Como o projeto da televisão estava custando a dar retorno, os irmãos de Roberto decidiram, em 1966, não continuar no investimento, por não acreditarem ser possível reverter a situação. A família continuou sócia no jornal e nas rádios, mas a televisão, tornou-se um negócio de Roberto Marinho. A participação da família passou a ser diluída ao longo do tempo, até que, em 1995, Roberto Marinho comprou as ações remanescentes. A TV Globo só parou de dar prejuízo no início de 1971.
          O jornalista carioca Teixeira Heizer, falecido em 3 de maio de 2016, que participou da equipe que inaugurou a TV Globo, em 1965, e que ultimamente era comentarista do canal SporTV, detinha o crachá "número 1" da empresa.
          Em 1996, a Globo era formada pelas seguintes empresas: Rede Globo de Televisão, NEC do Brasil, Globosat, Globopar, Vicom/Teletrim e Editora Globo.
          A TV Globo, por certo, preocupa-se bastante com a qualidade da língua portuguesa em sua programação. Provavelmente, até os comerciais passam por seu crivo, para não deixar passar erros que com alguma frequência são vistos em algumas redes. Mas, às vezes, a maior rede brasileira também dá suas derrapadas. Atualmente, todos os anúncios de sua programação do canal Globo News onde é citada a "hora" de início e/ou fim dos programas, estão sendo escancarados na telinha com um "H" maiúsculo de doer os olhos (exemplo: News edição das 06H), em vez do "h" minúsculo, a grafia correta da abreviação de hora. A hora não inteira dói ainda mais, exemplo: 08H10 em vez de 08h10.
          O Grupo Globo, hoje, é gerido por uma empresa holding, a OGP, sociedade anônima de capital fechado, e todas as ações pertencem a membros da família Marinho. A presidência do Grupo Globo é ocupada por Roberto Irineu Marinho e duas vice-presidências são formadas por José Roberto Marinho e João Roberto Marinho.
(Fonte: revista Exame - 25.09.1996 / jornal Valor online - 24.04.2015 / revista Veja - 11.05.2016)

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