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5 de out. de 2011

Katayama Alimentos

          A Katayama Alimentos foi fundada em 1942 pela família japonesa que lhe empresta o nome, e está sediada em Guararapes, interior de São Paulo.
          A empresa é uma das maiores do país em produção e comercialização de ovos (frescos, líquidos e em pó). Eles vendem mais de 1 bilhão de ovos por ano, produzidos por 4 milhões de galinhas e 250.000 codornas, considerando números de meados de 2022.
          A Katayama disputa o terceiro lugar em um mercado liderado pela Mantiqueira, que fatura mais de R$ 1 bilhão por ano, e pelo Grupo Faria. Segundo dois executivos que conhecem bem o setor, Katayama fatura entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões com ovos.
          Em meados de 2022, a companhia estaria em processo de venda, após dois anos difíceis para a indústria de ovos. Depois de uma década de ouro, quando o consumo per capita saltou de 148 unidades em 2010 para 257 unidades em 2021, os agricultores sofreram com o aumento dos preços do grão, produto básico na alimentação de frangos.
          O CEO da companhia, Gilson Katayama disse desconhecer a origem dessa informação.
          Um indicador chave de margem é a relação entre os preços dos ovos e da ração. Historicamente, eram necessários dois a três ovos para comprar um quilo de ração. Nos últimos anos, no entanto, grãos caros fizeram com que essa proporção aumentasse para 4,5 vezes. Recentemente, o índice voltou para 3,5 vezes, o que significa que as margens ainda estão mais apertadas do que o normal.
          Um dos motivos para buscar um investidor é que as fazendas de ovos precisam passar por uma revolução, lembra uma fonte, abandonando a prática dominante de produção de ovos, com galinhas engaioladas, e migrando para aves caipiras.
          “Um avicultor pode precisar aumentar a infraestrutura cinco vezes para fazer essa mudança”, disse a fonte. Se não investirem nessa transformação, as fazendas podem ficar sem mercado. Aos poucos, os grandes varejistas e cadeias de restaurantes deram prazos para a compra de ovos apenas de aves livres de gaiolas.
          No Brasil, os ovos livres de gaiolas ainda representam pouco (2,5% a 5%) da produção total, mas a transformação forçada pelas demandas da sociedade civil mostra que é um caminho sem volta. Nos Estados Unidos, levou uma década para o indicador chegar a 50%.
          A expectativa de quem conhece o negócio, ainda disperso em uma infinidade de players, é que os investimentos em modernização dos padrões de produção causem um movimento de consolidação.
(Fonte: jornal Valor - 09.06.2022)

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