Total de visualizações de página

1 de out. de 2011

Yahoo!

          Em 1994, dois estudantes fundaram o website "Jerry and David’s Guide to the World Wide Web". Poucos meses depois, o site foi renomeado "Yahoo!"
          O nome Yahoo nasceu como um acrônimo para a expressão em inglês "Yet Another Hierarchical Officious (Organized) Oracle" (algo como "Ainda outro oráculo hierárquico e oficioso"). Mas o nome também veio das histórias de "As Viagens de Gulliver", onde uma espécie mágica chamada Yahoo é descrita como "violenta, barulhenta, rude". Teria havido também influência do nome do co-fundador Jerry Yang? O outro co-fundador é David Filo, ambos então estudantes de engenharia elétrica da Universidade de Stanford.
          Mas, a criação do Yahoo! teve a participação de mais um fundador. O americano Larry Augustin ficou conhecido por tomar uma das decisões empresariais mais arriscadas do Vale do Silício. Ele foi um dos três criadores originais do Yahoo! (sim, eles eram originalmente três: Yang, Filo e Augustin). Nos primórdios da web, o Yahoo! era apenas uma lista de sites favoritos ligada a um sistema de busca. Bem na hora de transformar aquela ideia de três estudantes da Universidade Stanford em empresa, em 1994, Augustin preferiu ficar de fora. Fascinado com o fenômeno Linux, ele deixou o Yahoo! de lado para apostar suas fichas nos computadores que faziam o Yahoo! funcionar. Passou a se dedicar exclusivamente à VA Linux, a empresa que fundara no ano anterior, cujo modelo de negócios era vender PCs que funcionavam exclusivamente com Linux e software livre.
          O Yahoo começou como um catálogo de páginas na internet. Numa época em que os buscadores tipo Google não existiam, era por meio de serviços como o Yahoo que as pessoas encontravam os sites que desejavam acessar.
          No final de 1999, o Yahoo! Brasil estava sob a responsabilidade do gerente-geral Bruno Fiorentini. O Yahoo! já estava presente em 21 países e registrava, a cada dia, mais de 380 milhões de páginas vistas.
          No Brasil, um dos que faziam o trabalho de encontrar os sites que as pessoas procuravam era o antigo site Cadê, comprado justamente pelo Yahoo em 2002.
          Em 2001, um encontro entre os fundadores do Yahoo! e do Google poderia ter mudado a historia da internet. Os donos do Google queriam vender a empresa para o então poderoso Yahoo! Não conseguiram.
          Desde o começo, o negócio principal sempre foi baseado na venda de espaço publicitário para a variedade de ferramentas online oferecidas. Isso fez a empresa deslanchar na virada dos anos 2000, quando chegou a valer 128 bilhões de dólares. Mas não foi suficiente para evitar que outras tecnologias tomassem seu lugar. Quando o Google surgiu, em 1998, a Yahoo demorou a perceber a ameaça que os mecanismos de busca representariam a seu negócio. O buscador do Yahoo só surgiria em 2003, quando a expressão “dar uma googada” já começava a ficar popular.
          Em 2001, o executivo Terry Semel, nascido em 1943, ex-presidente do estúdio Warner Brothers em Hollywood, assumiu o comando do portal em 2001 sem ter mandado um único e-mail na vida. Ele tinha um dos maiores contracheques do setor (100 milhões de dólares em 2006), mas nunca foi unanimidade. Ao longo se sua gestão, Semel até conseguiu alguns feitos: o Yahoo! multiplicou por 3 o número de usuários que acessavam suas páginas (500 pessoas por mês, o mais visitado da internet) e aumentou nove vezes a receita (6,4 milhões de dólares em 2006).
          Todos esses números acabaram obscurecidos diante da perda da liderança de mercado para o Google - um exemplo poderoso de que, no mundo dos negócios e no mercado financeiro, não basta ser bom, é preciso ser melhor que os demais. Numa reunião no começo de junho de 2007, insatisfeitos, os acionistas colocaram um ponto final no mandato de seis anos de Semel.
          Reverter a situação passou a ser uma das principais atribuições de Yang, o criador da empresa que voltou a assumir as rédeas de sua criatura. Para isso, ele apostou tudo no sucesso do Projeto Panamá, uma plataforma de publicidade online que utiliza uma tecnologia muito parecida com a do Google. O programa prometia ajudar o anunciante a atingir de forma precisa o público-alvo de suas campanhas. Os responsáveis pelo projeto garantiam que, ao cruzar dados de uma pessoa que visita o site do Yahoo!, era possível determinar com boa dose de exatidão seus gostos, hábitos e desejos. Com isso, o portal poderia cobrar mais dos anunciantes e, assim, aumentar sua receita. Nessa época, meados de 2007, os problemas eram tantos que analistas apostavam que a função principal de Yang seria preparar o portal para uma venda. No começo de 2007, especulou-se sobre uma negociação com a Microsoft - mas as conversas esfriaram. Yang disse que isso tudo não passava de boato. "O Yahoo! terá um futuro brilhante", garantiu ele.
          Desde julho de 2012, o Yahoo!, sob o comando da CEO Marissa Mayer, pretendia deixar de ser um site de buscas baseado em desktops para se transformar num portal de conteúdo, entretenimento, negócios e serviços voltados para mídias móveis.
          Ao longo de quatro anos sob o comando de Marissa, foram 53 aquisições. A maior e a mais conhecida é a do site de microblogs Tumblr, comprado em 2013 por 1,1 bilhão de dólares.
          O Yahoo, mesmo com 1 bilhão de visitantes por mês em todos os seus serviços, luta há tempos para fazer esse número crescer. E ele não cresce porque o Yahoo nunca conseguiu se estabelecer como um líder num nicho específico. Os mecanismos de busca hoje são dominados pelo Google. As redes sociais, pelo Facebook. Os aplicativos de mensagens, pelo WhatsApp.
          No final de julho de 2016 a empresa de telecomunicações Verizon (vide origem da marca Verizon neste blog) aceita comprar as divisões de buscas, serviço online e de mídia da Yahoo por 4,8 bilhões de dólares. Com uma enorme base de dados sobre seus clientes, é possível que a Verizon consiga criar anúncios mais precisos e personalizados no Yahoo.
(Fonte: revista Exame - 10.07.2002 / revista Época - 04.07.2007 / 28.12.2009 / Exame.com-MSN-25.08.2015 / revista Época Negócios - agosto 2015 / revista Exame - 03.08.2016 / msn - 19.09.2018 - partes)

Nenhum comentário: